segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A Guitarra

A Guitarra


 



Segundo os estudos realizados por diversos especialistas, pelo que tudo indica, uma das primeiras referências se encontra em "La Explicación de la guitarra", obra publicada pelo gaditano Juan Antonio de Vargas e Gusmán em 1773.
Contudo, nesta época somente se pode falar do que posteriormente se denominaria a existência de guitarristas "por lo fino". Realmente os primeiros aspectos de aproximação das seis cordas no flamenco chegam com figuras como as de El Murciano, Trinitário Huertas, Bernardo Troncoso, José Toboso e sobretudo, o almeriense Julián Arcas, pai de uma soleá que leva seu nome.
Nesta primeira época de guitarristas ainda situados entre o toque "por lo fino" e "por lo flamenco", seguem os da chamada Escuela Eclética, na qual destacam-se o inventor de "la cejilla" (pestana da guitarra), o maestro Patiño de Cádiz, Antônio Peréz, de Sevilla, Paco el Barbero, de Sevilla e Paco el de Lucena de Córdoba.
A partir deste momento começam a surgir os primeiros especialistas no toque "por lo flamenco", como Juan Gandulla Habichuela, de Cádiz, Javier Molina, de Jerez e Miguel Borrul, de Castellón.
Mas o grande guitarrista do final do séc. XIX e princípio do séc. XX é Ramón Montoya Salazar (Madrid, 1880-1948). A ele se deve a criação para a guitarra da grande maioria dos palos flamencos e ele é considerado o primeiro revolucionário da técnica e a harmonia, até o ponto que se converteu no primeiro concertista flamenco da história.
Seu legado é aproveitado por uma geração de tocadores inigualáveis, moldando a etapa dos grandes criadores individuais. Nesta época surgem Niño Ricardo, Manolo de Huelva, Perico el de Lunar, Esteban Sanlúcar, Melchor de Marchena, Sabicas e Diego Del Gastor.
De todos eles o maior maestro de todos os tempos é Paco de Lucía, líder indiscutível da última geração de guitarristas. Junto ao Paco de Lucía destacam-se também Manolo Sanlúcar e Victor Monge Serranito, um triângulo de tocadores que revolucionaram o conceito da guitarra flamenca.
Pertencem a esta escola indiscutivelmente os novos valores do toque, como o almeriense Tomatito, o jerezano Gerardo Nuñez, o Catalán Juan Manuel Cañizares e o cordobés Vicente Amigo.


Referência Bibliográfica: Guia de Flamenco de Andalucía